Há 17 anos, em 2004, um surto de HIV paralizou completamente a indústria do entretenimento adulto nos EUA e pode ter sido iniciado no Brasil.
A paralização veio depois das autoridades de saúde norte-americanas confirmarem um terceiro caso de contaminação com HIV entre atores que trabalhavam com pornografia em gravações de produtoras.
Sharon Mitchell, sexóloga americana, ex-atriz e diretora de filmes pornográficos e diretora da clínica Fundação de Assistência Médica à Indústria Adulta submeteu centenas de atores a exames de HIV, o vírus que provoca a Aids, e foi responsável também por informar os pacientes infectados.
O surto, que envolveu os primeiros casos conhecidos de HIV na indústria de vídeos pornográficos do vale de San Fernando desde 1999, obrigou a parar as filmagens durante 60 dias, enquanto os atores e atrizes foram submetidos a exames repetidos para verificar a presença do vírus. Acredita-se que o HIV foi trazido por Darren James do Brasil, onde o ator trabalhou em um filme em março de 2004.
Sharon Mitchell entrou em contato com autoridades de saúde brasileiras para tentar rastrear o vírus na locação do filme em questão, em São Paulo. Ela acreditava que o vírus tenha sido transmitido a James por uma atriz jovem que teve relações sexuais com ele no filme. Na época, Mitchell se negou a fornecer o nome da atriz e disse que a identidade dela foi fornecida não por James, mas por “”uma fonte externa”.
Acredita-se que, depois de voltar do Brasil, James tenha trabalhado com 12 atrizes em Los Angeles. Ele foi submetido a exame de HIV imediatamente, mas o resultado foi negativo. Um exame posterior deu resultado positivo.
A indústria da pornografia americana, cuja base nacional fica no vale de San Fernando, produzia em 2004 cerca de 4.000 filmes e vídeos por ano à sombra de Hollywood e faturava entre US$ 5 bilhões e US$ 9 bilhões por ano, segundo economistas. O valor maior quase equivale ao que foi arrecadado no ano passado pelos filmes independentes e de grandes estúdios nos Estados Unidos e no Canadá.
A moratória sobre as filmagens durou meses e cerca de 65 artistas foram postos em quarentena imediatamente, o que significa que não puderam trabalhar até serem liberados. Muitos outros atores concordaram voluntariamente em submeter-se a mais exames do que o número comum de um por mês.
Segundo dados da Fundação de Assistência Médica à Indústria Adulta, na época, cerca de 1.200 atores e atrizes da indústria pornográfica foram submetidos a exames uma vez por mês para verificar a presença de HIV, clamídia, gonorréia e sífilis. A maioria dos exames foi realizada nos consultórios da Fundação.
Assista cena pornô de Sharon Mitchell quando atriz pornô:
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